http://www.youtube.com/watch?v=AkTSPaFFxn8
O corpo da mulher é a primeira casa de todos nós. E somente cada mulher pode conhecer como administrá-la, pois é ela que está em contato íntimo com este sabor-saber. Esta é a grande sabedoria feminina. Descobrir e cultivar seu modelo único e exclusivo. Sair do lugar
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E eu acredito que é o prazer de se ser quem se é que traz essa sensação de plenitude interna, a satisfação consigo mesma, por se aprovar e se julgar competente em fazer aquilo que considera sua função, seu papel e seu dever. Este é um saber que nasce da interioridade e esta interioridade requer tempo, ritmo e silêncio para ser alcançada. Requer ouvir a si mesma, sentir a si mesma, perceber a si mesma no ciclo mensal de morte-vida de seu próprio corpo. Entender o ciclo menstrual como tradução do conhecimento lunar de fases, de periodicidade, de alternância para o claro e o escuro, para o que jorra e o que se retrai, da impermanência e da contínua renovação. Compreender o caminhar no fio da navalha. E é impossível acessar essa sabedoria sem se aquietar, sem se calar, sem parar a roda contínua de tarefas, afazeres e compromissos.
Quando bordavam e costuravam, quando faziam tricô e crochê, as mulheres mergulhavam nessa quietude e nesse silêncio. O tricô estimulava-lhes o calor e afeto pela maciez da lã. O afrancesado crochê sugeria a delicadeza e a doçura de quem recebe seus amores com carinho e atenção. A dedicação a eles permitia que seus símbolos de poder crescessem para dentro, crescessem adentro. Atualmente, quando amigas se agrupam para "tricotar", elas falam, riem e se ajudam a elaborar questões de suas angústias e de suas experiências, de seus filhos e de seus homens. Nesses momentos, elas "crocheteiam" a trama do sentido de suas existências. E alimentam sua natureza amorosa para que o amor se derrame a sua volta, se alastre por este mundo em movimento e evolução. Ponto por ponto, tentando, desmanchando, refazendo, combinando cores, avaliando, errando, começando de novo: esta é a forma com que as mulheres sabem cuidar do fio da vida. Tecem o sonho de uma grande rede de respeito e solidariedade, de partilha e comunhão. Há de ser para lá que a humanidade caminha – resgatar o fio da meada da tão antiga sabedoria feminina.
Excerto de um texto de
Ana Ester Nogueira Pinto
olá só para agradecer este momento que me fez sentir ao ler estas palavras e ouvir aquela musica que me arrepiou a alma ,obrigado.
ResponderEliminarobrigada pela visita ao meu cantinho
beijos
Carla